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“(…) Embora esgotada, a ideia de progresso, como qualquer outra dotada de uma dimensão mítica, sobreviva à sua morte especulativa numa retórica que se explica pelo humano desejo de ilusões colectivas. O apelo ao progresso alimenta esperança, proporciona uma certa inteligibilidade da realidade social e justifica as nossas poucas decisões.
Do progresso, morreu o finalismo e sobreviveu a dinâmica. A utopia do progresso transformou-se numa utopia técnico-informática, em movimento desordenado, agitação anómica, disspação da energia (…) É um activismo que se traduz em exasperação inquieta, em fuga para a frente, para o «sempre mais» da evolução técnica ou da globalização económico-financeira num presente global a-histórico.”
“A Sociedade Invisivel” – Daniel Innerarity – Teorema
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