Como é costume no nosso país nunca há perdedores nas eleições e esta eleição não fugiu à regra.
O CDS e o BE foram ainda assim os maiores vencedores mais ou menos aumentaram a votação em 200.000 votos e com isso duplicaram a sua presença na A.R.
O PS, ao ficar na mesma com a maioria, também tem que ser considerado vencedor, e até pode vender isto como um crescimento em relação às europeias.
A CDU ganhou também ao conseguir ainda aumentar o nº de votos e o número de deputados, pena agora ser o mais pequeno dos pequenos partidos. É quase um milagre num partido que todos dizem que só vive de um determinado eleitorado supostamente já na terceira idade.
Até o PSD ganhou (mesmo que numa perspectiva mais interna) porque finalmente conseguiu o pretexto que precisava para despachar a MFL e ir buscar alguém com menos do 80 anos para liderar o partido.
Também a abstenção saiu vencedora, aliás por goleada, foram 3 678 536 de pessoas que não votaram que compara com 3 714 762 de pessoas que votaram no ps e psd
Até acho que os únicos a perder foram os brancos e nulos, tanta conversa do não voto e afinal nem 100 mil pessoas cada conseguiram.
Mas a grande surpresa foi mesmo não ter acabado o mundo, toda a excitação à volta das eleições e dos cenários possíveis, todas as entrevistas (mais ou menos cómicas), toda a parafernália jornalistica levava-me a pensar que iriamos acordar hoje para um admirável mundo novo, uma espécie de “sair e voltar a entrar” que costuma resolver tudo na informática, mas isso na verdade não existe.
Afinal continuamos no país descrito por Medina Carreira, vamos ter um novo governo, uma nova A.R., ficamos a saber que afinal os portugueses preferem a extrema direita em vez da extrema esquerda e que interessa se o governo cair daqui a dois anos…
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